Abre as asas sobre nós.

Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, lutou pela independência de nosso país, contra o jugo dos pesados impostos cobrados pela Coroa Portuguesa. Líder dos inconfidentes, ele é considerado o herói da liberdade, o maior ícone da História do Brasil, embora a data de sua execução seja lembrada por escolas, estudantes e mídia apenas como um dia de feriado nacional.

 

É uma excelente deixa, no entanto, para tratarmos do tema da liberdade, nesse ambiente chamado empresa. Começo com uma indagação: se tivesse de  produzir a obra de arte da sua vida, para onde você iria? Penso que poucos responderiam a empresa onde trabalho. Empresas não são vistas como lugares inspiradores. E há motivos para isso. No fundo, grande parte delas assemelha-se a ditaduras.

 

Muitas são mais gaiolas do que asas. Seus líderes pensam como os granjeiros. Acham que elas existem para que as águias desaprendam a arte do voo. Gostam de manter os pássaros engaiolados e sob estrito controle. Pássaros engaiolados têm donos. E quem decide são os donos. Pássaros engaiolados não têm nenhuma autonomia. São impedidos de voar. Mas essa nefasta iniciativa não exclui uma questão fundamental: a essência do pássaro é voar! Faz parte de sua natureza. Negar a natureza é mutilar o pássaro. Destituído de sua essência, ele se reduz a uma triste carcaça  de penas. Na empresa, é o que se costuma chamar de mão-de-obra.

 

O saudoso educador Rubem Alves nos ensina: “se o passáro bate na gaiola, considera-se violento o pássaro; violenta é a gaiola”. Foi assim com Tiradentes numa gaiola chamada Brasil, é assim com o cidadão, os estudantes e os  funcionários diante da repressão.

 

Mas há empresas que são asas. Elas não querem nem gostam de pássaros engaiolados. Apreciam – isso sim! – a águia em voo. Líderes dessas empresas compreendem que o seu papel é encorajar os pássaros a voar. Não se trata de ensiná-los, pois o voo é inerente aos pássaros. Nascem com essa possibilidade. Mas, como acontece na própria natureza, temos de incentivá-los a usar as próprias asas. E o que mais alegra o líder de verdade é ver os pássaros em pleno voo.

 

Assim, donos do espaço, planando livremente, são felizes – nada se parecem com os engaiolados. Seres humanos também,  quando usam a criatividade, não se limitando a ser apenas produtivos. Se quiser evoluir e se destacar, a empresa-gaiola deve se transformar em empresa-asas. A oficina de reparos, consertadora de defeitos, tem de acabar, dando espaço à  usina de ideias, criadora do futuro.

 

A transição é fundamental para o êxito de qualquer negócio, em voo inexorável rumo à abundância, inerente à verdadeira natureza de um empreendimento – algo que surge para tornar o mundo (empresa, escola, família, Pátria) cada vez melhor.

 

Invista nisso. Acredite, é vital, para que você e seus colaboradores tenham um belo presente e um brilhante futuro. E possam vibrar com os versos do hino: sim, já raiou a liberdade!

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Ricardo Stiepcich
Ricardo Stiepcich
10 anos atrás

Excelente!!!
Meu querido amigo Roberto Tranjan sempre colocando luz em nosso caminho…
Abraços

Ricardo Stiepcich
Ricardo Stiepcich
10 anos atrás

Precisamos parar de ter medo, se ilude quem acredita que colocar o colaborador na “gaiola” faz você ter o controle sobre ele, como diz o Roberto, a natureza do pássaro é voar, vamos deixar nossos colaboradores livres para a criatividade e a conquista de resultados excelentes!!!

Abraços
Ricardo Stiepcich

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