Até que ponto as pessoas estão envolvidas com seus empregos?

A pandemia trouxe o trabalho à distância e, embora tenha significado redução de custos para empresas e maior conforto para muitas pessoas, também gerou uma queda brutal no capital relacional.

Entenda por capital relacional aquele capaz de promover o envolvimento voluntário dos colaboradores, elevando seu grau de lealdade e comprometimento.

O capital relacional é baixo quando as pessoas consideram que seu envolvimento é de baixa qualidade e alto quando acreditam que seus vínculos são de boa qualidade. Em suma, o capital relacional estimula e mede a qualidade das relações, por sua vez determinantes para o grau de engajamento, lealdade e comprometimento.

Tanto a motivação como o comprometimento resultam de uma gestão em que a tônica está nas relações pessoais e na participação. Nenhum plano estratégico, por mais bem pensado e elaborado que seja, será capaz de conquistar o compromisso de quem não participa de sua elaboração. Embora isto esteja cientificamente comprovado, muitos líderes parecem desconhecer ou esquecer tal verdade, impondo estratégias, diretrizes e metas de cima para baixo.

A lealdade e o comprometimento são ingredientes necessários para a superação aos altos e baixos dos negócios. Mas não são somente os empregados que perdem com o baixo nível de capital relacional. Os líderes intermediários que não se sentem comprometidos também são diretamente afetados por baixa motivação e maior estresse, buscando estímulos fora do trabalho, alguns deles nocivos.

De todas as perdas pelo baixo capital relacional provocado por distanciamento, destaco a maior delas: a confiança. Confiança leva tempo. Depende de convivência, integração, cooperação.

Por fim, o que mais assegura a existência de uma empresa ao longo do tempo é sua cultura, sem data de validade, não as suas estratégias, geralmente provisórias. Assim como uma colmeia, a cultura é sustentada pelas interações diretas, não apenas virtuais, entre os indivíduos.

O pior dos mundos, porém, é retornar para a clássica organização do trabalho representada pela rigidez da pirâmide hierárquica e burocrática, com seus departamentos fixos e cargos limitantes.

A tecnologia informatizada pode ser uma grande aliada na partilha de conhecimentos. Antes, no entanto, é preciso combinar o jogo. E o jogo se faz com propósito, intenções e valores compartilhados. Requer participação e, sobretudo, qualidade nas relações.

Quem vivencia, constata e se beneficia! Ouse, portanto.

 

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