Diversidade para lidar com as adversidades.

Diversidade é uma palavra que faz parte da moderna literatura de negócios. Nesses anos todos, mudaram os fins e, de maneira mais contundente, mudaram os meios. O ambiente é mais competitivo e confuso e as empresas contam com um arsenal muito mais poderoso. A tecnologia da informação é uma dessas armas de alta potência.

Já não existe uma relação direta entre crescimento econômico e emprego, e entre produto interno bruto e inovação, para desespero dos economistas e contabilistas.

Alguns embates continuam e serão mais acirrados:  pragmatismo e humanismo; valores materiais e valores virtuosos; capital financeiro e capital intelectual; mão-de-obra e equipe de alto desempenho.

O mundo tende a ser cada vez menos estável, menos rígido, menos seguro, menos previsível. Com isso, muitos medos continuarão à espreita: de humilhação, de inadequação, de fracasso e, até mesmo, do sucesso.

Cada vez mais, as empresas precisam de uma massa crítica bem preparada para fazer frente a todos esses reveses. Entenda por massa crítica o conjunto de competências de um grupo de pessoas.

A inteligência humana é o maior ativo com que as empresas podem contar. A diversidade é uma alternativa para expandir a massa crítica necessária à resolução de novos problemas e de eliminar de vez os velhos. Implica, portanto, uma abertura, nem sempre desenvolvida, em relação às diferentes faixas etárias, orientações sexuais, composições familiares, formações educacionais, experiências profissionais, margens de tolerância ao risco e à incerteza, etnias, religiões – apenas para mencionar alguns fatores. Sim, porque diversidade não tem a ver apenas com a esfera física e intelectual, mas sim com visões de mundo.

Existem duas estratégias de pensamento para a resolução de problemas, em grupos de pessoas que trabalham juntas: a convergente e a divergente. O pensamento convergente é aquele em que todos os membros de um grupo se empenham em propor alternativas para solucioná-lo e querem fazer isso o mais rápido possível.

O extremo oposto é o pensamento divergente, que amplia as possibilidades de análise, antes de dar cabo do problema. Empenha-se em compreender o contexto e investigar as causas, em profundidade, para depois fazer uma proposição. É uma atitude que requer o compartilhamento das percepções de cada membro do grupo, o que nem sempre é um exercício fácil. E é aí que a diversidade é positiva. Quando contribui com múltiplos pontos de vista, capazes de uma olhar mais crítico diante dos problemas. Permite, porém, o surgimento de soluções inusitadas, que jamais ocorrerão a pessoas com pensamentos muito parecidos ou que estão limitadas por bloqueios similares.

Em geral, o pensamento convergente é útil para resolver problemas técnicos e pontuais, mas é limitado para oferecer uma solução criativa e lidar com o novo. Embora implique maior dificuldade e mais tempo, o pensamento divergente tem condições de oferecer soluções inovadoras para problemas cada vez mais complexos.

É na diversidade que se encontra a ampliação das perspectivas, mas – ninguém se iluda! – dos conflitos, também! Conflitos são positivos, desde que bem administrados, para que não resvalem rumo ao perigoso terreno da esfera pessoal. Sim, porque se isto ocorrer, serão desconsiderados os valores virtuosos. É aí que a diversidade deixa de ser positiva.

Considere a diversidade como o colesterol: existe o bom e o ruim. A boa expande a massa crítica e a capacidade de resolver problemas; a ruim contraria valores virtuosos e afeta o caráter de uma empresa. Na era da dualidade, a diversidade também é dual. Exige, portanto, que se separe conscientemente o joio do trigo. Mãos à obra, porque é um aprendizado imprescindível!

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