Faça a pergunta certa

Papéis a examinar sobre a mesa, a caixa de e-mails abarrotada, as mensagens a serem lidas no WhatsApp, os compromissos encavalados na agenda, e muitas outras demandas. O que era importante vira urgente e a esfera profissional continua roubando tempo das outras esferas da vida.

O que fazer?

Uma pergunta cabível é: “do que devo abrir mão?”.

Um dos grandes desafios que temos nessa era do demais é lidar com tudo o que é, justamente, demais: afazeres, distrações, barulhos, oportunidades e escolhas. Você pode se achar o super-homem ou a mulher-maravilha, mas, para o tempo e a energia de que dispomos, é muito, muito além da conta.

Então a pergunta se repete: “do que devo abrir mão?”

Há uma exigência do excesso: querer mais coisas, ir além das realizações, dividir-se entre os muitos lugares, comparecer e aparecer. Mas o dia continua tendo 24 horas e o ano 12 meses. O volume de atividades não para de crescer, embora tanto a quantidade de tempo quanto a energia humana permaneçam as mesmas.

Como sabe que tem de aliviar o fardo, você retorna à pergunta: “do que devo abrir mão?”

Quem lida com o demais tem apenas duas estratégias:  compressão ou exclusão. Compressão é espremer todos os compromissos para que se encaixem na agenda. Um teste de resistência ao tempo e à energia. Exclusão é retirar elementos para reduzir o peso do conjunto e abrir espaços de respiro.

A segunda estratégia responde à questão repetitiva “do que devo abrir mão?”.  Mas essa não é a melhor pergunta. Você acabará tirando elementos de sua vida com o risco   de gerar sérios arrependimentos, como abandonar velhos amigos, deixar de almoçar, diminuir ainda mais o lazer, deixar de buscar o filho na saída da escola, encurtar o sono.

Então vamos à pergunta que pode fazer toda a diferença: “no que eu quero mergulhar de corpo, mente e alma?”

O máximo que se consegue ao optar pela primeira pergunta é uma acomodação provisória ao retirar o que, embora não seja urgente, é essencial para a vida. A segunda pergunta é a que remete ao que faz parte da primeira intenção, do melhor desejo, do que circunda o propósito, do que verdadeiramente importa.

Faça a pergunta certa e, se escorregou muitas vezes na equivocada, constate a diferença!

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