Mais do que estar bem

A busca frenética pelo bem-estar impede que se alcance o bem-viver. Para conquistar uma vida confortável, esgota-se o tempo, não sobrando justamente para viver uma vida interessante.

A “economia das coisas” serve para resolver o nosso bem-estar por meio de produtos e serviços existentes no mercado. Mas é na “economia das gentes” que encontramos as relações, os valores e os propósitos capazes de nutrir a vida para além do que nos alimenta.

Bem-estar e estar bem fazem parte de uma vida que se deseja na plenitude, mas ambos cumprem uma parte da venturosa jornada. Parar por aí é assegurar apenas a existência. Manter-se vivo ainda não é vida. Ela pede mais!

Bem-viver é o exercício das potencialidades, transformando-as em realização e autorrealização.

Uma maneira de avançar do bem-estar para o bem-viver é reconhecer dois outros tipos de economias: a de fora e a de dentro.

A “economia de fora” é essa de que os noticiários se ocupam: o crescimento do PIB, a inflação, os juros, o câmbio, os tributos, os salários. Ao concentrar-se nela, a tendência é assegurar o bem-estar, na preocupação maior de garantir o que foi conquistado ao invés de conquistar o que ainda não se tem. Nessa roda-viva, a vida segue entre o maior ou menor bem-estar, enquanto o bem-viver passa ao largo.

É na “economia de dentro” que a vida se expressa com todo o seu potencial, pois é aí que residem os dons e talentos, a capacidade imaginativa, a geração de ideias, a vontade de ousar e de arriscar.

O fator-chave de todo o desenvolvimento econômico brota da inteligência e da criatividade dos seres humanos. A “economia das coisas” e a “economia de fora” são decorrências da “economia das gentes” e da “economia de dentro”.

Merecemos tanto o bem-estar como o bem-viver e é um grande desperdício contentar-se com meia-vida, cuidando somente de uma das suas facetas e, por decorrência, descuidando da outra.

A justa medida no bem-estar é que dará o tempo e o espaço necessário para o bem-viver. E é no bem-viver que experimentamos a vida na sua plenitude. Ouse e constate!

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