Nova Economia: por onde começar

“Nosso sistema predominante de administração destruiu as pessoas. Elas nascem com uma motivação intrínseca, autorrespeito, dignidade, curiosidade em aprender, alegria na aprendizagem. As forças da destruição começam quando somos crianças – um prêmio pela melhor roupa de Halloween, notas na escola, estrelinhas douradas – e assim por diante até a universidade. No trabalho, as pessoas, as equipes e as divisões são ranqueadas, com recompensas para os melhores e punição para os piores. A administração por objetivos, quotas, pagamento de incentivos, planos de negócios, se colocados separadamente, para cada divisão, geram perdas ainda maiores, desconhecidas e que nem nos é possível calcular. ”

 

Quem disse isso tudo foi o ilustre W. Edwards Deming, o pai da Qualidade. Entre outros feitos, ele ajudou o Japão a se reconstruir, sobre os destroços da 2ª. Guerra Mundial.

 

A velha economia não dá mais conta do recado. Há quem insista em mantê-la viva por meio de práticas convencionais, como medir apenas os resultados de curto prazo favorecendo o imediatismo, priorizar o gerenciamento pelo medo, a definição de objetivos pela liderança, que opta por metas não factíveis, a ênfase na solução técnica das dificuldades, o pensamento cartesiano ao tentar compreender as verdadeiras causas dos problemas, as resistências em lidar com a diversidade, o amordaçamento dos conflitos. E mais, por entender que gerenciar é controlar, que administrar é planejar, executar e avaliar, por estimular a competição, acreditando que sem ela não existe inovação, e ter uma visão fragmentada da empresa e do negócio. Entre inúmeros etc.

 

Diante de tantas questões, você talvez se pergunte sobre o que fazer para ingressar na Nova Economia. Antes, pense no que pode deixar de fazer. Em vez de colocar energia nova no sistema, trate de desopilá-lo, livrando-o da energia velha que há tempos emperra as engrenagens.

 

Comece, então, refletindo sobre como renunciar às práticas convencionais que causam mais efeitos colaterais negativos do que resultados positivos. Depois, concentre-se, com determinação, a construir uma empresa renovada a partir de uma nova concepção de liderança.

Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

Quem leu esse artigo também leu esses:

  • O fundamental e o essencial

    O que é mais importante, a fé ou o conhecimento? Vez por outra, costumo lançar...

  • Abra espaço para o diálogo.

    Relacionamentos! Eis um dos maiores desafios da empresa que se pretende progressista, preparada para os...

  • “Precisamos construir um enredo que faça sentido para nós.”

    Todas as manhãs, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, Getúlio Vargas perguntava à...


Vamos conversar?