Por uma nova política

A famosa frase “a democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as outras” conta com o discernimento do político britânico Winston Churchill.

Muito mais que uma simples citação, é fato. Portanto, cultivar a democracia, preservá-la e cuidá-la é a melhor forma de sermos nação. De extrema sabedoria, também, constitui-se o lema da Revolução Francesa, com seus três valores virtuosos – liberté, egalité e fraternité , a saber: liberdade, igualdade e fraternidade.

A democracia, sustentada por esses três valores, é o melhor que a humanidade conseguiu conquistar em toda a sua existência. No entanto, nem sempre as primeiras intenções são mantidas ao longo do tempo. Acontece com as empresas, as profissões, as carreiras. As segundas intenções acabam por sufocar as primeiras. É preciso retornar à semente.

As segundas intenções transformaram a liberdade e a igualdade em opostos. É quando o “e” vira “versus”. A direita se arvorou a guardiã da liberdade, enquanto a esquerda fez o mesmo com a igualdade. O que foi pensado como unidade, transfigurou-se, lamentavelmente, em polaridade.

Se a liberdade prevalece, os mais fortes prosperam enquanto os mais fracos sucumbem sem que haja igualdade. Se a igualdade prevalece, a liberdade tem de ser contida. Nessa velha discussão filosófica, deixa-se de lado o valor virtuoso superior: a fraternidade.

Se a liberdade e a igualdade estão no âmbito do aqui, a fraternidade está no do acolá. E o aqui não se resolve sem o acolá.

Por que fraternidade é um valor superior à liberdade e igualdade? Ambos se conquista por meio da força ou por leis forçadas, mas a fraternidade é uma qualidade humana que está além do executivo, do legislativo e do judiciário, ou de qualquer outro modelo institucional de poder.

A fraternidade é, portanto, o mais democrático dos três valores, porque deriva de consciências humanas que pretendem se tornar melhores, da mesma forma que a vida, para além das instituições.

Estamos entrando em um processo eleitoral com candidatos inclinados mais para um lado ou para o outro. A melhor escolha – aliás, a que vou exercitar – é reconhecer quem é capaz de despolarizar em prol da fraternidade. Esse é o valor determinante capaz de conseguir a justa medida entre os outros dois valores também virtuosos.

Que o eleitor seja a nossa consciência. Em prol de dias melhores para todos!

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