Quando a dor revela a nobreza

Todo final de ano traz uma pergunta raramente dita em voz alta, mas que ecoa dentro de nós como uma súplica: “como você está… de verdade? ”

Por trás das entregas, das cerimônias de encerramento, das mesas enfeitadas e das metas revisadas, existe sempre um espaço que ainda dói.

Para alguns, dói o que não aconteceu. Para outros, dói o excesso do que aconteceu. Dói a saudade, o cansaço, a busca por reconhecimento. Dói sentir-se invisível em meio a tanta urgência.

E essa dor – calada, íntima, persistente – é mais comum do que imaginamos. Ela também carrega um recado.

No início deste ano, quando O Código da Nobreza chegou ao mundo, muitos leitores comentaram que o livro os fez lembrar de algo que andavam esquecendo: a vida não nos pede perfeição, mas sim aperfeiçoamento. Pede coragem para sermos verdadeiramente quem somos, mesmo quando isso dói.

A dor, quando acolhida sem receio nem pressa, revela justamente aquilo que o livro tanto insiste: a nobreza não é um estado, é um chamado. Um chamado para viver com dignidade mesmo nos dias difíceis. Para sermos inteiros mesmo quando estamos em pedaços e para ser o bem, mesmo quando o mundo apresenta suas bordas pontiagudas.

O que mais nos tem ferido hoje não é errar. Errar é humano, antigo, inevitável. O que dói é sentir desamparo e acreditar que não somos suficientes. É esquecer a própria chama, essa chama que cada pessoa guarda como uma fagulha resistente, esperando apenas uma brisa de lembrança para reacender.

É por isso que este final nos convida a algo profundo e simples: voltar para o centro da própria nobreza. Aquela nobreza que não precisa de armadura, medalha ou discurso. A nobreza cotidiana, que se expressa por um gesto de cuidado, uma palavra que sustenta, o respeito que protege, a presença que cura, a generosidade inexistente nas redes sociais.

E se este ano foi pesado – como tantos confessaram ao longo dos meses -, talvez a sua maior nobreza tenha sido continuar. Com dúvidas, quedas, medos… mas continuar. Levantar-se quantas vezes foram necessárias e manter acesa a tênue esperança de que vida pode ser mais leve, mais justa, mais luminosa. Acredite, pode sim!

Agora que o ano vai se despedindo, faça algo nobre por você: olhe para o percurso com bondade. Reconheça sua coragem contida e agradeça a sua própria alma por não ter desistido de prosseguir.

Por mais que doa, é justamente onde dói que a nobreza começa a aparecer.

Que o próximo ano traga mais sinais do que ruídos, mais valores do que crenças, mais realizações do que correria.

E que O Código de Nobreza – não só o livro, mas o código que vive em você – seja a bússola que orienta a sua vida e a luz que acompanha o seu caminho, suavemente, de dentro para fora.

Que venha o próximo ano!

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