SUTILEZAS DO CÓDIGO DE NOBREZA

Lembro-me de quando propunha a construção da carta de valores aos educandos dos programas da Metanoia. Havia três tipos de reação: um terço aceitava e seguia com fé; um terço aderia mais como tarefa de casa; um terço rejeitava.

Se considerarmos a estatística histórica, dois terços ficavam com o pé atrás. Afinal, o que uma discussão sobre valores vai ajudar no desempenho das pessoas e nos resultados da empresa? O que tem a ver o lucro do negócio com o valor das pessoas?

Tudo o que precisávamos era do retorno e do compartilhamento do êxito daqueles que se entregaram com fé à nobre tarefa. E os efeitos eram tão impactantes que parte dos outros dois terços, agora animados, se dispunham também ao grande feito. Ao longo do processo, quase todos os líderes haviam passado pela experiência, salvo uma minoria ainda relutante.

Por que um exercício relativamente simples causa efeitos tão significativos e mais ainda no dia-a-dia do trabalho?

Nada substitui a experiência, mas algumas sutilezas podem ser compartilhadas.

Primeira sutileza.

Quando se constrói a carta, o organograma da empresa é indiferente e a hierarquia dos cargos dá lugar à similitude das almas humanas. Não há discriminação. Ao contrário, existe dignidade nos valores individuais oferecido ao coletivo e unicidade entre todos.

Segunda sutileza

O processo exige uma escuta atenta para que se chegue a um consenso. Sair de si para entrar no mapa do outro implica empatia e suspensão do julgamento. Um exercício legítimo de humanização, que talvez nunca tenha sido experimentado antes.

Terceira sutileza

“Respeito é bom e eu gosto”, diz o dito popular. Quem não gosta? Além de uma virtude, o respeito é uma necessidade inata do ser humano. O processo de valorização implica inexoravelmente respeito e auto-respeito.

Quarta sutileza

Os valores representam a raiz de uma árvore. Até a maior delas começa a partir de uma pequena semente, que, quando cai na boa terra, começa a crescer. Crescem as raízes sob a terra e, acima, o tronco. Coletivamente, tanto a árvore como os frutos passam a ser sonhados. “Sonho que se sonha junto é realidade”. Depois, é combinar sobre os cuidados: rega, adubo, poda.

Quinta sutileza

O código de nobreza é um aprimoramento da carta de valores. O exercício inclui, além da identificação dos valores virtuosos – a raiz da árvore -, também os gestos de elegância – a copa da árvore.

A elegância é bela e faz bela a vida por meio de atitudes, gestos, atos que trazem à luz a própria nobreza humana. Exige prática diária para que se transforme em hábitos e se consolide como cultura.

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Alciene Ribeiro Araujo
Alciene Ribeiro Araujo
6 meses atrás

Claro que não. Reconhecer os nossos valores e viver conectado ao nosso propósito é a maior descoberta da vida. Sou privilegiada por fazer parte de uma empresa guiadas por valores virtuosos.

Glauson
Glauson
6 meses atrás

Essa foi uma das melhores experiências humanas e, por acréscimo, também uma das melhores experiências de liderança e gestão que já vivenciei. Desde então, adotei essa prática, seja iniciando ou rediscutindo os valores comuns periodicamente com as equipes.

Quando me familiarizei com o conceito, fiz parte do segundo grupo, daqueles que encararam a tarefa como um exercício de casa proposto na Metanóia. No entanto, ao perceber a conexão possível entre valores e as ações cotidianas no trabalho, compreendi como é mais fácil viver a vida e o trabalho em harmonia.

Nunca esquecerei de uma ocasião em que houve um conflito entre membros de uma equipe sobre a utilização ou não de computadores nas reuniões. Para alguns, isso era uma falta de respeito. Para outros, o valor do respeito estava presente. E a discussão que se seguiu foi rica: o que significa respeito para essa equipe? Alguns conseguiram entender melhor o ponto de vista do outro e o conflito se dissipou com a compreensão do significado dos valores do outro.

Só tenho a agradecer, Roberto!

Vanildo Veras
Vanildo Veras
6 meses atrás

Sementes germinam em qualquer solo, mas somente o bom cultivo nutri as raizes, que fortalecem o tronco, que apoia os galhos, deixando a árvore frondosa e assim a colheita será farta.

O ser humano em sua essência transborda em valores, mas em algumas situações existenciais não percebe a força deles.

O código de nobreza desperta a nossa consciência para o “quem sou eu” e alinha as minhas condutas no “quando sou eu”.

Esta atitude gera convicção de que o código de nobreza fortalece os seres humanos e lhes dão o poder de viver a sua essência.

Simples assim.

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