Vivemos tempos em que os mapas estão se tornando obsoletos. O que antes orientava – lucro, metas, status, visibilidade – ainda existe, mas não basta. Uma inquietação silenciosa se instala em muitos líderes: “É só isso? Trabalhar tanto, conquistar tanto… e no final restar esse vazio? ”
A cultura do sucesso nos ensinou que o caminho é sempre para cima. Cresça. Expanda. Escale. Ultrapasse. Seja visível. Mas o topo é, muitas vezes, um lugar solitário e rarefeito. E mais: se você quer paz, não é lá que você vai encontrar.
O topo sem raiz é instável. O topo sem sentido e significado é efêmero. O topo sem alma é desventura.
Há algo comovente no olhar de quem “venceu” e não sabe o que fazer com a própria vitória. Conquistou o reconhecimento, mas perdeu o encantamento. Fez fortuna, mas esqueceu da fartura que só o essencial oferece. Subiu ao pódio, mas deixou relações significativas para trás.
Esse é o vazio dos vencedores: um silêncio que não se resolve com mais ocupações, mais prêmios, mais negócios, porque é um vazio de propósito. Quando não existe um propósito ou havia e ficou largado estrada afora, tudo se torna peso.
Há, no entanto, um novo tempo surgindo. Silencioso, mas firme. Discreto, mas poderoso. Nele, líderes não são os que mandam, mas os que movem. Empresas não são máquinas de produção, mas organismos vivos que impactam. Trabalho não é mais um fardo, mas um chamado.
Essa é a revolução da vida, que se faz com escolhas, não com slogans. Está nas práticas, não nos discursos. E começa com uma pergunta que só a alma pode responder: o que faz a minha vida e o meu trabalho valer a pena?
Quando um líder se faz essa pergunta com coragem, algo se transforma. Ele deixa de operar no automático e passa a viver com intenção e, então, tudo muda: sua gestão, suas relações, seus resultados.
Negócios ricos de verdade são aqueles que alinham corpo, mente e alma. Empresas plenas distribuem sentido e
significado aos que lá trabalham, não apenas geram riquezas. Líderes plenos deixam pegadas de que possam se orgulhar, não apenas entregam resultados.
“Tem gente que sobe a vida inteira uma escada, só para descobrir que estava encostada na parede errada”, disse Thomas Merton. Talvez a vida que você procura esteja em um novo mergulho, não em um novo degrau. Um mergulho na sua história, na sua intenção, no que realmente importa.
O que enriquece uma vida não é a altura que ela alcança, mas o impacto positivo que é capaz de gerar, para si, para os outros, para o todo.
E você? Está subindo ou mergulhando?