A Regra de Ouro

Já estava lá. E pensar que foi há cerca de 500 anos a.C. O nome dele é Khong-Fon-Tseu. Mas se você não liga o nome à sua criação, certamente a conhece, a Regra de Ouro, que diz: “não trate os outros como você não gostaria de ser tratado”.

Está bem, vou facilitar. Khong-Fon-Tseu é Confúcio, filósofo e educador chinês, considerado o homem mais sábio que pisou as terras de seu país. Para ele, a Regra de Ouro não era uma doutrina, mas um método. Requer disciplina e autoconhecimento.

Confúcio costumava dizer que as emoções negativas são hábitos que nada têm a ver com a realidade. Assim como um músico precisa dominar seu instrumento e um cavaleiro deve conhecer muito bem o seu cavalo, nós também necessitamos aprender a usar nossas energias mentais de maneira mais generosa e produtiva. E quando? “Diariamente, todas as horas”, ele completava.

Agora, compare: “o que é odioso a ti, não faças a teus semelhantes”. Está na Torá. Veja essa outra: “nenhum de nós pode ser um crente se não deseja para seu próximo o que deseja a si mesmo”. Esta você encontra no Alcorão. E a próxima é bastante conhecida no Ocidente: “amai vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”. Consta no Evangelho cristão. Como pode ver, são variações da mesma Regra de Ouro, sem perder o tema. Tudo, mais de quatro séculos antes.

Para Confúcio, a política era uma extensão da ética, daí ele ter resolvido criar um código de condutas para quem exercesse o poder. Uma delas encontra-se no livro que registra seus ensinamentos, os Analectos, e diz assim: “um governo é feito de homens e não de leis”.

Um governo de ritos (bons costumes, virtudes e disciplina) é preferível a um governo de leis, ensinava o sábio chinês. Confúcio defendia, para isso, uma rígida educação como meio de desenvolver qualidades morais e éticas. O cerne da corrupção e da degradação da humanidade, para ele, está na falta de educação. O principal, afirmava, não é fazer o aluno desenvolver técnicas, muito menos acumular conhecimento. O importante mesmo, frisava, é desenvolver seu caráter e humanidade.

Que os ensinamentos de Confúcio mantenham-se vivos entre nós, em especial na esfera dos educadores e governantes. E que estes, ao conquistar e manter o poder, substituam O Príncipe, de Maquiavel, pelos Analectos daquele que criou a Regra de Ouro.

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