Crise pouca é bobagem!

Tenho notado que muita gente gosta de crise. Se assim não fosse, ela diminuiria ou mesmo permaneceria no mesmo tamanho, em vez de aumentar. Como se não bastassem os ventos trepidantes da economia, há quem, por sua própria conta, consiga posicionar a vela do barco no sentido contrário ao recomendável para navegar em turbulências, ampliando ainda mais as probabilidades de naufrágio ou de sinistro.

Veja algumas medidas usuais que adicionam mais querosene ao fogo:

1)   Diga sempre a seus funcionários o que eles devem fazer. Se possível, especifique. Descreva em detalhes, assim eles não têm como errar.

 

2)   Diminua ao máximo a autonomia de seus funcionários, introduzindo novos controles, além de aprimorar aqueles que já existem.

 

3)   Se as vendas estiverem aquém das expectativas, aumente ainda mais as comissões sobre as vendas.

 

4)   O medo é uma maneira de colocar as pessoas em movimento. Use-o como estratégia. Funciona. Os oficiais fazem isso para ganhar suas batalhas. Depois, faça a contabilidade dos mortos e feridos.

 

5)   Crie uma empresa menos empírica, conduzida por números, para que estes sejam o termômetro e a bússola do negócio.

 

6)   Continue medindo e premiando o que menos importa e as pessoas permanecerão sem saber o que verdadeiramente importa.

 

7)   Siga navegando a esmo e deixe os ventos conduzirem a embarcação.

 

8)   Acredite piamente que amor e negócios não combinam, na certeza de que nos negócios, o que conta mesmo é o tempo e o dinheiro, levados a ferro a fogo.

 

9)   Copie! Imite! Faça o que já está dando certo, mesmo que a ideia não seja sua.

 

10)               Mantenha uma relação superficial com o cliente. Despreze os aspectos emocionais e afetivos desse contato, limitando-se ao racional, do tipo preto-no-branco. Faça o mesmo com os funcionários.

Basta seguir à risca esse decálogo para ver que tudo pode ficar bem pior. É só continuar cavando para chegar inexoravelmente aos temíveis sete palmos.

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