Eleja a musa do seu planejamento estratégico!

Mês do planejamento estratégico! Você sente um calafrio ao ser convocado novamente, ano após ano, para uma empreitada que, da maneira como tem sido realizada, é apenas um exercicio de futurologia?

Sim, é preciso preparar o futuro. Quem não prepara o que precisa acaba por obter só o futuro que merece. Agora, talvez até mais do que em outro período do ano, vale pensar mais um pouco a respeito.

O jogo na retranca

Quem definiu e desenvolveu o planejamento estratégico foi o russo Igor Ansoff, nos idos de 1965. Na época, fez muito sucesso, principalmente nas universidades. No meio empresarial, levou cerca de duas décadas para que o planejamento estratégico fosse instituído como ferramenta imprescindível.

Quando se trata de planejamento estratégico, o que vem à cabeça dos gestores é a famosa matriz “ameaças/oportunidades” e “pontos fortes/pontos fracos”. É a partir dessa análise que as empresas definem suas metas e compromissos. Daí resultam os planos de ação que tentam preservar a empresa das ameaças e combater os pontos fracos. É o jogo na retranca, em que a empresa tenta corrigir o que tem de pior em vez de se superar no que tem de melhor.

Saiba que quando Ansoff concebeu o planejamento estratégico, a ciência da administração sofria ainda forte influência dos preceitos do seu criador Frederick Taylor. Ambos, Taylor e Ansoff, eram engenheiros e suas contribuições foram oferecidas a partir dessa raiz profissional. Na essência, encontram-se os mesmos fundamentos: a busca do controle, da precisão e da regularidade. Ansoff e Taylor são adeptos do determinismo, muito em voga nos períodos em que viveram. Nada mais contrário ao futuro que se avizinhava, hoje o presente, em que nada está fixado, determinado.

Trem ou táxi

Houve um tempo em que os negócios se pareciam com trens: estações fixas, horários rígidos, procedimentos regulares. O passageiro deveria se submeter às condições estabelecidas. Daí surgiu a fase do táxi. Outro conceito. O chofer de praça, como era chamado, tomava uma única decisão no início do seu trabalho: se sairia à direita ou à esquerda da garagem. A partir daí, o dia era uma aventura imprevisível. O poder do motorista de planejar o dia findava quando recolhia o primeiro passageiro. Naquele instante, o planejamento passava a ser  conjunto. O passageiro definia o destino e, muitas vezes, a rota. E ainda podia ingerir nas condições do veículo: velocidade, janelas abertas ou fechadas, inclinação e distanciamento dos bancos, sons ou silêncio.

Memória do futuro

É preciso ter um senso de direção ou propósito para não ser esmagado pelos acontecimentos. Otimizar é melhorar o passado. Inovar é transformar o futuro, sonhando o que poderia existir.

Planejar o futuro é um exercício de imaginação, processo que tem menos a ver com aspectos racionais e intelectuais do que com criativos e emocionais. Todo bom futuro começa com um grande sentimento. Assim, deve ser um exercício de preparação para o futuro: um sonho coletivo, que desperte e mantenha um sentimento positivo e entusiasmado em todos aqueles que sonham.

Inovação, portanto, é a capacidade de mudar a realidade. Mas, para que isso aconteça é preciso, antes, alterar a percepção da própria realidade. Há que eleger uma musa inspiradora para despertar a criatividade que conduzirá à inovação: o cliente. O desafio número um do novo planejamento estratégico é competir pela atenção do cliente. Para a empresa, não é mais ser a melhor entre as melhores, mas sim uma empresa única – só ela é capaz de fazer o que faz e da maneira como faz.

Se o cliente não estiver presente no planejamento estratégico para o próximo ano, descarte o que foi feito. Jogue direto no lixo! Refaça tudo, envolvendo o cliente. Garanta que esse envolvimento seja efetivo e permanente.

A principal responsabilidade de um líder é ajustar a percepção de todos os seus colaboradores e parceiros com relação ao cliente e às necessidades dele. O cliente é a única memória confiável para um futuro realmente promissor!

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Cyro
Cyro
11 anos atrás

Muito legal este post. Gostei bastante.

Márcio de Oliveira
Márcio de Oliveira
11 anos atrás

Show de bola, parabéns pela iniciativa, realmente estamos em fase de pensarmos no novo ano que se inicia, tanto na empresa como na vida pessoal e palavras que fazem desembaçar nossa visão são perfeita, nessa fase.

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