Estamos em fase de transição

E quando não estivemos? A história humana se caracteriza por mudança contínua.

A primeira e grande ocorreu há 5.500 anos, quando o homem passou da caça e da simples coleta do que encontrava na natureza para a agricultura. Foi uma revolução! Antes dependente de nômades, a economia se baseou em famílias que se fixavam no meio rural.

A descoberta de novas energias alterou, novamente, o rumo da história. A partir da máquina a vapor, da eletricidade e do petróleo, o mundo não foi mais o mesmo. Do campo para a cidade, da educação via tradição oral à organização escolar, do escambo à criação da moeda, dos animais de carga aos veículos motorizados sobre rodas, eis a revolução! É claro que muitos de nossos ancestrais não entendiam bem o que estava acontecendo e alguns até julgavam ser o fim do mundo.

Enquanto a revolução agrícola durou 5.500 anos, a industrial permaneceu por apenas 200. Nesses dois séculos de existência, tanto a economia como a administração se tornaram ciências. A lei da oferta e da procura transformou-se em teoria, da mesma forma como a racionalização dos processos produtivos, a padronização dos métodos e a fragmentação do trabalho, a organização hierárquica do poder, a produtividade de fazer mais com menos. A economia passou a ser de escala para um mercado de massa.

A revolução seguinte foi a informacional, provocada pela alta tecnologia desenvolvida na era anterior. Informação passa a ser a moeda forte! Antes, os indivíduos buscavam a informação. Hoje, a informação persegue os indivíduos.

Os ciclos de transição tendem a ser mais curtos e talvez menores do que a duração média da vida humana. Se nossos ancestrais se sentiam perplexos e acreditavam em um fim de mundo, imagine agora.

O que vem por aí? Não sabemos, mas já podemos reconhecer algumas transformações, tais como a economia regendo a política e as finanças regendo a economia. A maior parte de nós está confusa, tanto quanto os nossos ancestrais entre as transições anteriores, e não são poucos os que também apregoam um final de mundo.

Sim, algo precisa e pode ser feito. As únicas atividades em que os seres humanos não poderão ser substituídos por robôs e inteligência artificial são aquelas que envolvem criatividade e beleza, relacionamento e afeto, ética e espiritualidade. No meu recente livro Pedaços de Brasil que dão certo discorro com exemplos como isso acontece na prática.

Se o alvo é desconhecido, nos resta ajustar o sentido da seta. Temos de nos tornar mais virtuosos do que já fomos. E a hora é agora!

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