O que é pior?

Saber que um colega será demitido se ele não mudar seus comportamentos, mas você não lhe diz nada e também não salva o emprego dele.

Ou:

Ajudar seu colega com conselhos bem-intencionados, mas inapropriados, ele os segue e acaba se dando mal.

A primeira situação representa a omissão, a segunda demonstra uma ação. Arrisco dizer que provoca mais arrependimento a ação do que a omissão, motivo pelo qual a maioria das pessoas tenderá a se omitir a ajudar. Vale a máxima de “não meta o nariz onde não é chamado”.

Omissão ou ação são escolhas e podem causar estragos se não bem adotadas.  Ambas podem gerar prejuízos e sentimentos de arrependimento e culpa.

Em uma gestão humanizada, almeja-se evitar os comportamentos inadequados, adotando os adequados. Ambas as situações aqui sugeridas são inadequadas, embora amplamente utilizadas nos ambientes de trabalho.

A omissão é o caminho da recusa e de evitar o conflito. Um boi para não entrar na briga e uma boiada para ficar fora dela. É ver o circo pegar fogo e deixar que queime. Você já parou para pensar quantos prejuízos são causados pela omissão?  Por não serem contabilizados, os balanços não os apresentam, mas saiba que eles estão lá, minando os resultados.

Muitos conflitos seriam resolvidos mais facilmente se as partes não tivessem se omitido na sua origem. Deixaram que crescessem até atingir um estágio de difícil (ou até impossível) trato.

O segundo caminho – o da ação – parte do princípio e da boa intenção de que um conselho pode ajudar o colega. Em outro artigo, “A gente insiste, mas não funciona”, tratei da ineficiência dos conselhos e do quanto não representam o comportamento adequado. Quase sempre desconsideram o contexto, os sentimentos das partes envolvidas, os efeitos e os desdobramentos.

Em uma gestão humanizada, qual seria o comportamento adequado?

Primeiramente, não se omitir. O comportamento passivo que ora se omite e ora mitiga, não contribui com absolutamente nada, além de abalar o espírito de equipe.

Ao agir, fazê-lo com assertividade, suspender os julgamentos e fazer as perguntas certas para que o colega busque em si mesmo as respostas. Por meio de perguntas, ajudá-lo a enxergar o quadro completo onde ele possa compreender o texto sem perder de vista o contexto. É fazer com que se escute com ponderação. É deixar que as melhores respostas surjam do entendimento e do coração dele.

A toxidade dos ambientes de trabalho precisa ser substituída urgentemente pela adoção de comportamentos adequados. Estes decorrem de uma gestão humanizada que saiba promovê-los e valorizá-los. Algo que vai muito além da esfera profissional, estendendo-se para as outras áreas da vida.

Uma dica para o ano que se inicia: enobreça o seu ambiente de trabalho por meio de uma gestão humanizada.

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